Desenvolvidas para o tratamento da diabetes, elas são também as novas aliadas contra a obesidade.
O número de pessoas com sobrepeso e obesidade no Brasil aumentou para 57,25% segundo pesquisa Vigitel 2021 do Ministério da Saúde. Não é à toa que muitas pessoas estão buscando formas de emagrecer não somente pela estética, mas também pela saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas – adultos e crianças – ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas, convivendo com comorbidades como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer, bem como problemas de saúde mental.
Recentemente foi descoberto que hormônios produzidos pelo nosso intestino podem ajudar no tratamento de diabetes e auxiliam o paciente no processo de emagrecimento. O GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) é secretado quando nos alimentamos, estimulando a liberação de insulina pelo pâncreas, para manter os níveis de açúcar no sangue baixos após as refeições além de outras funções importantes.
Já o GLP-1 (peptídeo 1 tipo glucagon) também estimula a liberação de insulina pelo açúcar. Em maior quantidade no sangue, ajuda o corpo a metabolizar melhor os níveis de açúcar e atua na saciação e saciedade.
Em formato de canetas como as de insulina, o Ozempic e Saxenda (semaglutida e liraglutida respectivamente – substâncias análogas GLP-1 no organismo) tem sido usadas no tratamento da obesidade além da diabetes tipo 2.
Ambas atuam no pâncreas, fazendo com que as células que produzem insulina fiquem mais sensíveis ao nível de glicose no sangue, liberando ainda mais insulina se os níveis de açúcar no sangue estiverem altos. A semaglutida e a liraglutida também atuam no cérebro, diminuindo o apetite hedônico (comer por recompensa) devido a sua ação no sistema mesolímbico-dopaminérgico.
Um estudo recente mostrou que a combinação do GLP-1 e GIP podem trazer ótimos resultados na redução de açúcar nos pacientes diabéticos e também uma perda de peso significativa.
No estudo, a perda de peso utilizando o GLP-1 sozinho foi de 6,2kg em 40 semanas.
Já com o GLP-1 combinado com GIP (tirzepatida), a perda de peso chegou aos 12,4kg em 40 semanas, ou seja, o dobro do resultado. Porém, essa medicação é recomendada somente para os casos de tratamento do diabetes.
É importante ressaltar que antes de usar deve ser avaliado se o paciente tem padrão alimentar que se beneficia com a medicação, e que o uso dessas canetas deve ser associado a dieta e exercícios para obter bons resultados e modificar os hábitos do paciente.
Contudo, é sempre fundamental procurar a orientação de um médico para analisar cada caso e evitar automedicação.
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